SAIBA MAIS SOBRE O CÂNCER DE GARGANTA

Entre 10% e 40% dos pacientes curados podem desenvolver um segundo câncer de garganta mais tarde.

Por H. Câncer Barretos e A.C Camargo

Dr. Arnaldo Jofre, especialista em Oncologia, atende na Clínica OncoC

Câncer é o nome dado para um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. Essas células se dividem rapidamente e são muito agressivas e incontroláveis dentro do nosso organismo, o que provoca a formação de tumores, que podem se espalhar para outras regiões do corpo.

Entre os diversos tipos de câncer que existem, vamos conversar sobre o câncer de garganta ou, câncer orofaríngeo. É o que se desenvolve na parte da garganta que fica logo atrás da boca, chamado pelos médicos de orofaringe. Ela inclui a base da língua (a parte posterior da língua), o palato mole, as amígdalas e os pilares e as paredes laterais e posterior da garganta. Como a boca, a garganta participa da respiração, fala, alimentação, mastigação e deglutição e contém vários tipos de células e tecidos, e diferentes tipos de tumores podem se desenvolver a partir de cada tipo de célula. Mais de 90% dos cânceres de boca e garganta são carcinomas de células escamosas, também chamados de carcinomas espinocelulares ou ainda carcinomas epidermoides. Células escamosas são achatadas e revestem a garganta.

Como se desenvolve
O carcinoma espinocelular começa como um conjunto de células anormais e sua forma inicial é chamada de carcinoma in situ, ou seja, que só está presente nas células da camada de revestimento, chamada de epitélio. Um carcinoma espinocelular invasivo significa que as células do câncer penetraram em camadas mais profundas da orofaringe.

Está caindo o número de cânceres relacionados ao tabaco, devido às campanhas de controle, mas estão aumentando os casos relacionados ao HPV , apontam os dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Pacientes recém-diagnosticados podem apresentar outro tumor em áreas próximas como a laringe, o esôfago (que liga a garganta ao estômago) ou o pulmão. Daqueles curados do câncer de garganta, entre 10% e 40% podem desenvolver outro câncer num desses órgãos ou um segundo câncer de garganta mais tarde. Por essa razão, é importante que esses pacientes sejam acompanhados pelo resto da vida e evitem o cigarro e a bebida, que aumentam o risco desses outros cânceres.

Quais os sintomas servem de alerta
Ao identificar a existência de algum dos sintomas abaixo e sua permanência por mais de duas semanas, é indicada a realização de uma consulta com um médico. Nesse caso o médico deverá pedir outros exames, para confirmar ou não o diagnóstico. Muitos desses sinais e sintomas podem ser causados por outros tipos de câncer ou por doenças menos graves e benignas. Mas quanto mais cedo for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, maiores as chances de cura. Veja abaixo os sintomas que você deve ficar atento para prevenir um câncer de boca ou garganta:

  • Ferida na boca sem cicatrização (sintoma mais comum)
  • Dor na boca que não passa (também muito comum, mas em fases mais tardias)
  • Nódulo persistente ou espessamento na bochecha
  • Área avermelhada ou esbranquiçada nas gengivas, língua, amídala ou revestimento da boca
  • Irritação, dor na garganta ou sensação de que alguma coisa está presa ou entalada na garganta
  • Dificuldade ou dor para mastigar ou engolir
  • Dificuldade ou dor para mover a mandíbula ou a língua
  • Inchaço da mandíbula que faz com que a dentadura ou prótese perca o encaixe ou incomode
  • Dentes que ficam frouxos ou moles na gengiva ou dor em torno dos dentes ou mandíbula
  • Mudanças persistentes na voz ou respiração ruidosa
  • Caroços no pescoço
  • Perda de peso
  • Mau hálito persistente

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